Sacramento da penitência e da reconciliação
1422. «Aqueles que se
aproximam do sacramento da Penitência obtêm da misericórdia de Deus o
perdão da ofensa a Ele feita e, ao mesmo tempo, são reconciliados com a
Igreja, que tinham ferido com o seu pecado, a qual, pela caridade,
exemplo e oração, trabalha pela sua conversão» (3).
I. Como se chama este sacramento?
1423. É chamado sacramento
da conversão, porque
realiza sacramentalmente o apelo de Jesus à conversão (4) e o esforço de
regressar à casa do Pai (5) da qual o pecador se afastou pelo pecado.
É chamado sacramento da
Penitência, porque
consagra uma caminhada pessoal e eclesial de conversão, de
arrependimento e de satisfação por parte do cristão pecador.
1424. É chamado sacramento
da confissão, porque o
reconhecimento, a confissão dos pecados perante o sacerdote é um
elemento essencial deste sacramento. Num sentido profundo, este
sacramento é também uma «confissão», reconhecimento e louvor da
santidade de Deus e da sua misericórdia para com o homem pecador.
E chamado sacramento do
perdão, porque, pela
absolvição sacramental do sacerdote. Deus concede ao penitente «o perdão
e a paz» (6).
E chamado sacramento da
Reconciliação, porque dá
ao pecador o amor de Deus que reconcilia: «Deixai-vos reconciliar com
Deus» (2 Cor 5,
20). Aquele que vive do amor misericordioso de Deus está pronto para
responder ao apelo do Senhor: «Vai primeiro reconciliar-te com teu
irmão» (Mt 5, 24).
II. Porquê, um sacramento de Reconciliação depois do Baptismo?
1425. «Vós fostes
lavados, fostes santificados, fostes justificados pelo nome do Senhor
Jesus Cristo e pelo Espírito do nosso Deus» (1
Cor 6, 11).
Precisamos de tomar consciência da grandeza do dom de Deus que nos foi
concedido nos sacramentos da iniciação cristã, para nos apercebermos de
até que ponto o pecado é algo de inadmissível para aquele que foi
revestido de Cristo (7). Mas o apóstolo São João diz também: «Se
dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade
não está em nós» (1 Jo 1,
8). E o próprio Senhor nos ensinou a rezar: «Perdoai-nos as nossas
ofensas» (Lc 11, 4 ),
relacionando o perdão mútuo das nossas ofensas com o perdão que Deus
concederá aos nossos pecados.
1426. A conversão a
Cristo, o novo nascimento do Baptismo, o dom do Espírito Santo, o corpo
e sangue de Cristo recebidos em alimento, tornaram-nos «santos e
imaculados na sua presença» (Ef 1, 4),
tal como a própria Igreja, esposa de Cristo, é «santa e imaculada na sua
presença» (Ef 5, 27). No
entanto, a vida nova recebida na iniciação cristã não suprimiu a
fragilidade e a fraqueza da natureza humana, nem a inclinação para o
pecado, a que a tradição chama concupiscência, a
qual persiste nos baptizados, a fim de que prestem as suas provas no
combate da vida cristã, ajudados pela graça de Cristo (8). Este combate
é o daconversão, em
vista da santidade e da vida eterna, a que o Senhor não se cansa de nos
chamar (9).
Fonte: http://www.vatican.va/archive/cathechism
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